A Tempestade Mads

Refleti bastante antes de escrever este artigo. Por incrível que pareça, o que me estava a impedir de largar este artigo era o preconceito. Medo do que as outras pessoas iam pensar de mim e que tipo de julgamento iam fazer.

Mas que se F**** as críticas!

Desde cedo, sempre lidei com algumas mudanças que ajudaram a desenvolver um organismo mais depressivo. Passei a minha infância de família em família e acabava sempre rejeitada e a sofrer de violência física e psicológica. Tudo parou quando conheci uma família que sempre me tratou bem e me quis bem.

Fui crescendo, mas andava sempre com uma tristeza e com alguma frustração. Quando chegamos à “idade da parvoeira” (como diz a minha mãe) passamos por um misto de emoções, e eu nunca soube lidar com elas. Sentia-me constantemente triste, mas era uma tristeza que perdurava e não tinha razão para me sentir assim, achava eu.

Com 16 anos fui diagnosticada com depressão, sentia-me inútil, exausta e com vontade de ficar na cama. Acordava triste, e às vezes só pedia mesmo para não acordar. Eu não queira nenhum contacto, ou ouvir algum conselho, simplesmente não queria interagir. Mas por mais exausta que estivesse não podia ficar na cama para não levantar suspeitas.

Até que, cansei-me!
Cansei-me de ter de agradar os meus amigos e familiares. Fartei-me de sorrir quando na verdade só me apetecia chorar até que secassem as lágrimas.


Quantas vezes fingi agradar áquelas pessoas que nunca se importaram comigo?

Fingia o que não sentia tantas vezes. Dizia palavras sinceras e mesmo assim acabavam por não acreditar naquilo que dizia, as minhas palavras eram deitadas ao lixo só porque sim.

Acabei por ficar cansada de ouvir e nunca ser ouvida com a mesma atenção, com a mesma paciência.

Sempre estive mais preocupada com os outros do que comigo e para quê?

Quando achei que tinha encontrado o amor, bati com o nariz na porta, afinal não passava de uma ilusão, por magia o que começou acabou rápido, acabasse bem ou mal, simplesmente acabava.

Tinha medo de dizer aquilo que sentia, vergonha do que os meus pais podiam pensar. Até que decidi e aconteceu… tentei suicidar-me.

Eu só queria desaparecer e acabar com tudo de uma vez de todas!

As dores eram tantas que só queria parar de chorar e sentir paz e tranquilidade, ALÍVIO!

Tive alguns anos nesta agonia, mas sobrevivi ao lado daqueles que eu nunca esperei que estivessem sempre do mau lado.

Se estás a passar por uma fase menos colorida na tua vida, lembra-te que não estás sozinho, nos dias mais difíceis acalma o teu coração e presta atenção à tua respiração.

A vida não é para aqueles que sabem vivê-la é para aqueles que têm coragem. Aqueles que demonstram, sem vergonhas, tudo o que vai dentro de si.

Lembra-te tu és grande, expuseste a tua tristeza, as tuas fraquezas e inseguranças. Afinal de tudo, tu és humano. Manda embora essa tristeza e procura a felicidade.

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